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Quem faz as Eleições?

Quem faz as Eleições?

01 out 2022

Por Dyogo Crosara, advogado especialista em Direito Eleitoral

 

​Nos últimos dias tenho ouvido muitas falsas notícias de que os responsáveis pelas Eleições em nosso País seriam os sete Ministros do Tribunal Superior Eleitoral. Tal narrativa vem acompanhada de críticas à atuação e à conduta de tais Ministros

​Isso não é verdade. As eleições se tratam de um processo complexo, que tem a participação de muita gente. Pessoas anônimas que trabalham diariamente na defesa de nosso processo mais democrático. A Justiça Eleitoral conta com dezenas de milhares de servidores concursados, estáveis e preparados para cada etapa do processo eleitoral.

​O trabalho deles é chefiado por Juízes Eleitorais espalhados por todas as Zonas Eleitorais, que também tem um Promotor Eleitoral que fiscaliza todos os atos. Isso, sem falar nos Tribunais Regionais Eleitorais, compostos por Desembargadores eleitos pelos Tribunais de Justiça, Juízes Estaduais, Juízes Federais e Juristas, que atuam em todos os Estados da Federação e no Distrito Federal. Não se pode esquecer da enorme quantidade de pessoas que fiscaliza o processo, como advogados, representantes de partidos e entidades organizadas.

​Mas além deles, no dia do pleito, a eleição é feita por mais de um milhão de mesários, que acompanham cada minuto do processo de votação, que vai da impressão da zerésima, que mostra que a urna não tem votos já inseridos, até o boletim de urna, que mostra o resultado final do pleito naquela seção eleitoral.

​Assim, quando se fala em uma fraude no processo de votação, os acusadores de plantão não acusam os sete ministros do TSE, eles acusam todos que compõem esse sistema. Eles acusam pessoas de bem, que não são partidárias de ninguém, mas que defendem a nossa democracia, o direito de voto, de escolha do nosso futuro. Quando você, Caro Leitor, ouvir uma alegação de fraude na urna eletrônica, saiba que não estão acusando um ou outro, mas sim, todas essas pessoas.

​É inimaginável pensar que com mais de um milhão de pessoas atuando no pleito, todas elas possam se unir para praticar uma fraude e que ninguém, ao longo desses mais de 20 anos de votação eletrônica no Brasil, possa ter uma única prova de alteração do resultado. Fraudes havia na época das urnas de lona, com votos depositados antes do início da votação, cédulas já marcadas, sumiço de urnas e outras estripulias que só quem passou por isso lembra.

​Quem ataca o nosso processo eleitoral mal sabe que, se o que defende fosse bom, daqui a pouco nem poderia votar, porque quem ataca a democracia se esquece que sem ela não teríamos o direito de escolher. Os tempos sombrios não podem voltar.

​Defender o processo eleitoral não nos rotula como de direita ou esquerda. Isso é um engodo. Defender as eleições significa defender a democracia, o direito de viver em um País onde podemos falar, ou como aqui, de escrever, sobre a necessidade de estar alerta sobre os perigos do retrocesso.

​A grande verdade é que quem acusa o nosso sistema eleitoral está acusando quem realmente faz as eleições: o povo brasileiro!